Embaixo da escada
Quebro um espelho
Com chinelo virado
Chuto macumba
E na sexta feira 13
Gato preto vira churrasco
Plantei,
Agora estou pronto para colher
Tornar-me o rei do fracasso
Que o azar me tire do anonimato
Miro no papel e atiro em tinta minhas idéias
O menino estava olhando a lua com aquela curiosidade que só a infância nos permite quando teve uma idéia daquelas que só podem terminar em problemas, correu até o quarto dos pais, pegou a arma guardada dentro da gaveta do armário, e voltou ao quintal na ponta dos pés para a mãe não vê-lo, pois isso seria castigo na certa. Deu sorte, ela estava distraída demais com a novela. Chegando ao quintal, não pensou duas vezes e já foi logo mirando e atirando no alvo de sua curiosidade. Não deu outra: castigo por um mês, sem TV nem vídeo-game. Emburrado, foi dormir sem saber se a lua quebrava como um prato ou murchava como uma bola, culpando em pensamento a mãe, que o colocou de castigo antes da bala ter chegado até a resposta.
Miro no papel e atiro em tinta minhas idéias